Sapatinhos Vermelhos: um filme 'definitivo'

A afinidade do cinema com o balé é inegável, mas em raras ocasiões a mágica das duas artes foi efetiva quando se encontrou. A onda 'cisne negro', por conta do filme que amanhã deverá render a Natalie Portman o Oscar de Melhor Atriz reavivou a paixão pela dança que, alguns afirmam, morreu.


Eu discordo da morte da dança e aprecio qualquer esforço de manter esta arte viva, no entanto, ainda aponto para Sapatinhos Vermelhos como o mais perfeito de todos os 'filmes de balé'. 


Realizado ainda nos anos 40, Sapatinhos Vermelhos pretendeu contar a história de Sergei Diaghliev e seu Le Ballets Russes. Desta forma a história é sobre um empresário das artes e as manipulações que faz para conseguir o melhor de todos. Suas vítimas são descartadas sem piedade quando não mais tem utilidade, mas Lermontov, o empresário, se apaixona pela bailarina Vicky, assim como ele, uma ambiciosa artista capaz de qualquer sacrifício em nome da arte. Só que Vicky não ama Lermontov, se apaixona por outro e acaba por ter que escolher entre a carreira e o casamento, com consequência dramática e inesquecível.


Assim como Nina, Vicky se desfaz interiormente, consumida pela arte que exige perfeição. A bailarina Moira Shearer não deu vexame como atriz, mas é dançando que encanta a todos.


Sapatinhos Vermelhos é um filme brilhante que não se rendeu ao tempo. Ao contrário, com obras recentes como Cisne Negro é possível constatar que fica cada vez melhor.

Comentários

Postagens mais visitadas