Margot Fonteyn: 20 anos de morte

Há exatos 20 anos, morria a bailarina Margot Fonteyn. Sozinha, pobre e abandonada pelos amigos, ela sucumbiu ao câncer que acabou por encurtar sua vida aos 72 anos, apenas 12 depois de ter parado de dançar.

A carreira de Margot Fonteyn teve todos os altos que faltou à sua vida pessoal: glórias, aplausos e, principalmente, finais felizes.

Decidida a se aposentar quando completou 40 anos (uma anciã para a época!), Margot mudou a História da dança ao embarcar em uma parceria com um bailarino 20 anos mais jovem que ela, mas cuja energia a fez se reinventar e virar uma lenda. Margot seria uma das grandes bailarinas de todos os tempos sem Rudolf Nureyev, mas, com ele, virou um dos ícones culturais do século XX.


Bela, elegante, discreta e acessível, Margot sempre foi adorada pelos fãs. Seu triste final - alegam os amigos - deu-se por fidelidade ao marido, Roberto Arias. Arias ficou em cima de uma cadeira de rodas depois de levar um tiro (a versão oficial é de que foi atentado político, mas a mais aceita foi a que foi um marido ciumento que atirou em Arias, um famoso mulherengo) e convenceu a Margot a investir todo seu dinheiro em uma fazenda no Panamá. Sem talento para driblar as dificuldades financeiras e administrativas, Margot chegou a passar fome. Os amigos, que julgavam que ela era explorada financeiramente por todos os Arias, se afastaram para não ver a situação humilhante que Margot vivia. Só contribuíram para piorar uma situação inimaginável para uma estrela como ela.


Por isso, duas décadas depois, é sempre bom lembrá-la e homenageá-la: merecia em vida, merece ainda mais, na morte.

Fonteyn e Nureyev em O Lagos dos Cisnes

Comentários

Postagens mais visitadas