Maya Plisetskaya, a prima ballerina assoluta


No universo do balé há grandes nomes, mas há também gigantes. Naturalmente, esse é o grupo mais seleto porque tem que juntar variáveis que reúnem talento, rebeldia, paixão e individualidade. Maya Plisetskaya foi um desses gigantes da dança, virando uma lenda enquanto ainda estava viva.  

Maya começou a dançar aos três anos de idade sob orientação dos tios, bailarinos. A família, judia, era mal vista pelo Governo Socialista depois que seu pai foi executado por ordem de Stalin e sua mãe e irmãos foram deportados para um gulag. Identificada imediatamente como virtuose, alcançou o posto máximo da companhia do Teatro Bolshoi, o de primeira bailarina, ainda aos 18 anos de idade. 


Adorada em casa, ela não tinha a permissão do Governo de poder viajar para o exterior com a companhia. Também dizia que sofria preconceito dentro do Bolshoi por ser judia e filha de um inimigo do Estado. No entanto, quando conseguiu ser vista pelo ocidente, virou uma das maiores estrelas jamais reveladas pelo Comunismo. Maya, ruiva, tinha personalidade forte - dentro e fora do palco. Não gostava de personagens românticas que fossem frágeis. Nunca dançou Giselle, por exemplo.  As aulas? Fazia com os homens, para trabalhar sua (impressionante) impulsão.

Maya adorava os clássicos, mas quebrou a tradição secular do Bolshoi ao trazer coreógrafos que criassem obras contemporâneas para ela. Alberto Alonso, Maurice Béjart e Roland Petit foram alguns deles.

Reveja a incrível forma e sensualidade de Maya, aos 42 anos, quando dançou Carmen. E aqui, alguns anos depois, no pas de deux do Cisne Negro

Um dos papéis que eternizou - e que tive o privilégio de vê-la dançar - era A Morte do Cisne. Maya interpretou esse papel dos 18 anos até os 61 anos, quando se aposentou.   

Maya morreu de um ataque cardíaco repentino, na véspera da grande comemoração dos seus 90 anos, em 2015.  Em 20 de novembro, completaria 95 anos de idade. Ainda faz muita falta. 

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