A Rede Social

Um dos fenômenos do século XXI é que os conhecidos 'quinze minutos de fama' que Andy Wharol previu o suficiente celebridades, já parecem ser '15 segundos'. O ritmo acelerado do consumo intelectual está de igual para o material, e conceitos de privacidade e público precisam ser constantemente atualizados.

O americano Mark Zuckerberg, ainda longe de completar meros 30 anos de vida, é apontado por muitos como um dos principais arquitetos deste fenômeno, impulsionado e alimentado ferozmente por sua criação, o Facebook, a rede social que hoje é maior do que muitos países.

Bilionário e famoso, a história de Zuckerberg era - sem dúvida - um roteiro pronto a ser filmado. Diferentemente de Steve Jobs e Bill Gates, graças à força do Facebook, Zuckerberg estabeleceu um novo patamar que toda geração Y espera alcançar... em cinco minutos. O diretor David Fincher, antenado e sabendo que não dá para esperar a história amadurecer ainda mais, lançou este ano o filme A Rede Social, que conta em detalhes o surgimento e crescimento do Facebook até o que sabemos hoje.


O filme é melhor que qualquer outro filme biográfico, tanto pela personagem - Zuckerberg é mais do que um nerd: é um rapaz recalcado, invejoso, carente e mais inteligente que a média - quanto pelo approach do diretor.

A história é recente, mas contada nas doses e ritmo corretos, sem tentar 'salvar' a personagem principal brilhantemente defendida por Jesse Eisenberg. Como coadjuvantes, ele tem dois atores igualmente inspirados: Justin Timberlake, como Sean Parker, o inventor do Napster, e Andrew Garfield, que interpreta o brasileiro Eduardo Saverin, o melhor amigo de Zuckerberg e co-inventor do Facebook. Aliás, a história da amizade-transformada-em-inimizade entre Saverin e Zuckerberg é quem humaniza o filme, isso graças ao talento dos dois jovens atores.

O que A Rede Social tem em comum com qualquer outro filme biográfico é o momento de absolução/recado-do-diretor, que tenta amenizar críticas com um julgamento que deveria ficar aberto para o público e não uma conclusão de autor.














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