Agatha Christie sonhou em ser cantora de ópera, mas virou a rainha do crime


A história pessoal de Agatha Christie é tão fascinante quanto seus livros. Nascida há 130 anos, em 15 de setembro, Agatha é conhecida como Rainha do Crime, e considerada a romancista mais bem-sucedida de todos os tempos. Traduzida em mais de 100 idiomas, ela já vendeu mais de quatro bilhões de cópias ao redor do mundo. Foram 56 anos de carreira com mais de 80 livros, além de 19 peças e seis romances escritos sob o nome de Mary Westmacott. Foi da sua mente criativa que surgiram os detetives geniais, Hercule Poirot e Miss Marple. E de quebra, protagonizou um dos mistérios jamais resolvidos no Reino Unido, o do seu próprio desaparecimento. 

Educada em casa, Agatha perdeu o pai aos 11 anos e viajou o mundo com sua mãe. Ela sonhava em ser cantora de ópera, mas os palcos foram esquecidos ao optar pelo casamento. A união com o primeiro marido, o piloto do Corpo Real dos Aviadores, Archibald Christie, pai de sua única filha, não foi feliz. Quando o marido assumiu que estava tendo um caso extraconjugal e queria se divorciar, Agatha Christie desapareceu. Literalmente. Seu carro foi encontrado abandonado à beira da estrada, com sua bolsa e algumas roupas jogadas dentro. A carteira de motorista vencida, no chão, confirmava que a motorista era a escritora. Policiais buscaram em vão por ela, depois pelo seu corpo, mas não encontraram nada. A mobilização foi gigantesca e os jornais do Reino Unido não falavam de outra coisa até que foi anunciada uma recompensa para quem ajudasse com alguma informação. Quinze dias depois de sumir, um fã a identificou em um hotel ao norte da Inglaterra, onde estava hospedada usando o sobrenome da amante do marido. Apesar de ter respondido quando a chamaram pelo nome correto, a escritora alegou ter sofrido de amnésia. Nunca mais falou sobre o assunto. Há três teorias para o ocorrido. A primeira diz que Agatha quis se vingar do marido, fazendo com que ele fosse considerado suspeito de assassinato. A segunda aposta que ela de fato bateu com o carro e sofreu amnésia. A terceira, é mais cética e aposta que tudo fez parte de uma jogada de marketing para promover seu último livro. De qualquer forma assim nasceu mais uma lenda misteriosa saída de sua imaginação.

 

O estilo de Agatha saiu na frente com as viradas de trama que surpreendiam os leitores com revelações inesperadas para solucionar os crimes. Ela usava experiências pessoais, como ficar presa em um trem com outros passageiros, escavações no Egito ou conhecimento de venenos e remédios para elaborar os crimes perfeitos. Poirot gostava de alimentar as “células cinzentas” e Miss Marple era a solteirona curiosa e observadora. A casa que admirava quando criança, usada para cenário de um de seus livros, foi comprada quando Agatha ficou rica. É hoje seu museu.

 

Seu processo criativo incluía escrever suas ideias em um caderno, sempre à mão. Aliás, só passava para a máquina de escrever depois de rascunhar os primeiros capítulos. Notícias dos jornais também a inspiravam, mas frequentemente se surpreendia que os curiosos queriam saber mais sobre os assassinos do que as próprias vítimas.

 

Naturalmente o cinema logo se apaixonou por Agatha Christie. Algumas de suas adaptações renderam Oscar (Ingrid Bergman em O Assassinato do Expresso Oriente), e várias refilmagens. O trailer da nova versão de Morte sobre o Nilo traz Kenneth Branagh mais uma vez no papel de Hercule Poirot. A última história do detetive belga foi publicada um mês antes da morte da escritora, em janeiro de 1976. A habilidade de contar uma bela história, no entanto, fez de Agatha Christie uma estrela imortal.


Veja o trailer de A Morte Sobre o Nilo





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