Margot Fonteyn: 20 anos de morte




Dia 21 de fevereiro completará o 20º aniversário de morte de Margot Fonteyn, uma das mais populares bailarinas de todos os tempos e um dos maiores ícones pops do século passado.
Margot foi uma mulher de sorte na carreira, nem tanto na vida pessoal. Sem ser uma bailarina brilhante no aspecto técnico - tinha o que chamavam de 'pés fracos' - ela tinha beleza e carisma que compensavam as limitações. Quando estava no palco, ninguém conseguia afastar os olhos dela.
'Feita' calculadamente para ser a estrela da companhia, Fonteyn afrancesou seu nome brasileiro - Fontes - para ganhar um ar internacional.

Parceira dos melhores bailarinos homens de sua época, ela foi a musa do coreógrafo britânico Frederic Ashton, que, ao lado de Balanchine, mudou a dança no século XX.



Reinou absoluta e popular entre fãs e críticos, teve romances mal-sucedidos e discretos até se casar, depois dos 30 anos, com o bon vivant panamenho Roberto Arias.  Quando se aproximou dos 40, decidiu parar. Na sua despedida, aceitou fazer uma única apresentação ao lado de um russo de 20 anos, que tinha fugido há pouco da União Soviética. O nome dele era Rudolf Nureyev. Margot, que achava estar no fim de sua carreira, acabou iniciando outra fase, uma que reescreveu a história da arte no século XX.

A parceria com Nureyev deu fôlego de mais uma década para Fonteyn, a década mais badalada de sua carreira. Madura, Margot estava mais relaxada e segura, portanto a cada apresentação ao lado de Nureyev era cada vez mais brilhante.

União de almas, sorte e respeito. Apesar das brigas, a parceira dos dois foi considerada a melhor e maior da dança. 


Ao mesmo tempo que ficava ainda mais conhecida no mundo, Margot seguia casada com Arias, que era notoriamente mulherengo. Ele gostava da fama da mulher, mas principalmente da agenda ocupada que a deixava longe e permita que passasse mais tempo com as amantes. Tudo mudou quando ele sofreu um 'atentado' que o tornou paralítico. Dizem que o tiro veio de um marido traído, mas a família e Margot divulgaram como fruto de disputa política. Seja como for, perto dos 50, Margot deixou os palcos e se mudou para uma fazenda no Panamá para cuidar de Roberto. Depois de décadas de glamour, começou a fase mais triste de sua vida.



Amigos dizem que a família de Arias secou a fonte, a induziu a maus negócios e finalmente, à total e absoluta pobreza. Esquecida pelos colegas, que se recusavam a ajudar porque não queriam que os parentes de Arias se beneficiassem, Margot definhou aos poucos, tendo inclusive passado fome no final de sua vida. No dia 21 de fevereiro de 1991 ela faleceu, de câncer.



Até hoje ainda não surgiu bailarina que reunisse suas qualidades e não surgirá. Margot Fonteyn sempre viveu como exceção portanto jamais terá uma substituta. Ainda bem que muitos registros eternizaram sua arte, como podemos ver no link acima.

Comentários

Postagens mais visitadas