Crítica: O Discurso do Rei

A história do pai da Rainha da Inglaterra, Rei George VI, inicialmente só poderia interessar aos ingleses e olhe lá. Afinal, não foi um reinado relevante, embora tenha sido o que passou por guerra e momentos difíceis econômicos. Não, a história sempre pareceu colocar George VI como coadjuvante: o irmão, Edward, que seria o rei, abdicou o trono por amor entrando assim para a História e curiosidade popular. O longo reinado da filha, Elizabeth, também o ofuscou. Dos seus 15 anos como Rei, George VI só era lembrado por uma coisa: era gago.


O filme O Discurso do Rei se concentra no período que George VI, ainda 'Albert', tentava de todas as formas vencer o impecilho de poder se pronunciar publicamente, mesmo que fosse uma demanda muito esporádica. Sua esposa, mais conhecida por nós como a Rainha mãe, mas na época ainda Duquesa de York, apoiava o marido mas sabia que tinham que encontrar uma solução para a barreira da gagueira. Ela descobre um especialista em discurso que tem métodos nada ortodoxos, interpretado magistralmente (como sempre) por Geoffrey Rush. A partir daí, a trama se concentra no tratamento e no preparo do Rei para um importante e crucial discurso.


Dado que se trata de um filme 'histórico', não há segredos na trama, mas há uma sutil e brilhante interpretação do trio principal: Helena Boham-Carter, Colin Firth e Geoffrey Rush, todos merecedores de Oscar. Firth certamente será o vencedor dos três, e merece o reconhecimento. Ainda mais quando mais uma vez disputa o prêmio exatamente com Jeff Bridges, que tirou sua vez no ano passado com outra brilhante e sutil interpretação em Direito de Amar.

Como a vitória é certa, espera-se que Colin já tenha preparado seu discurso... e que não titubeie ao dizer: obrigado.

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