Au revoir

Os palcos estão cada vez mais vazios e os derradeiros ídolos do balé, não necessariamente ainda repostos, estão nos deixando. Hoje foi a vez de Roland Petit, um dos mais geniais coreógrafos do século XX.


Suas obras - hoje - parecem simples, mas se olharmos que Carmen e Le jeune homme et la mort eram dos anos 40, dá contextualizar a ousadia do coreógrafo. Suas obras, quase sempre inspiradas nos clássicos da literatura, sempre tinham humor e forte sensualidade. 


Sua musa, amiga, parceira e primeira bailarina, Zizi Jeanmarie, era, sem dúvida, o melhor molde. Os dois se conheceram na escola de balé, aos nove anos, mas só se casaram muitos anos depois de serem partners e companheiros, quando trabalhavam em Hollwood em alguns dos musicais que Petit trabalhou. Os dois deixaram uma filha, Valentine.




Roland Petit se despediu dos palcos em 1998. Por sorte, pura sorte, estava em Paris na ocasião. O vi dançar uma de suas cenas clássicas, o pas-de-deux com a boneca Coppélia. Não contive as lágrimas porque eu sabia que era um momento muito especial para mim. Quando dançava, não era muito fã de Petit: só apreciava seu balé mais famoso, Carmen. Mas nunca deixei de perceber sua genialidade. Os franceses tinham uma mistura de orgulho e indiferença à ele. Ele fará muita falta.

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