O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford


O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford é certamente um dos principais candidatos ao Oscar 2008, como filme, fotografia, trilha, roteiro, ator e ator coadjuvante. No barato.

Embora o apelo da vida destes criminosos do oeste americano pareça ficção, na verdade se aproxima mais a um culto disfarçado à subversão e violência. Suas vidas eram romanceadas já na época em que viviam e persistem no imaginário do povo americano a tal ponto de serem ensinadas até na escola. Billy, the Kid e Jesse James são, talvez, os principais ícones deste fenômeno cultural e impulsionados pelo cinema, venceram fronteiras.

A última retomada da lendária morte de Jesse James chega às telas dos cinemas com ninguém menos do que Brad Pitt na pele do assaltante-assassino que morreu aos 34 anos com um tiro pelas costas disparado pelo comparsa, Robert Ford, interpretado brilhantemente pelo irmão de Ben Affleck, Casey. Pitt, que venceu o prêmio de Melhor Ator por este papel no Festival de Veneza, já desponta como candidato potencial para o Oscar. Não acrescenta nada de novo aos maneirismos de seus últimos papéis, mas James tem de fato facetas que oferecem momentos fortes para um ator com carisma e talento. Portanto, é uma excelente atuação, principalmente porque ele está cercado de interpretações brilhantes como a de Sam Rockwell, que se não receber nenhuma indica ção será uma grande injustiça.

Mas quem se revela como grande estrela mesmo é Affleck, que dá o tom exato para o papel do covarde assassino. O problema dele será exatamente enfrentar Rockwell em uma indicação na mesma categoria, porque Pitt não vai dividir a de Ator com ninguém. Uma pena, porque como nunca houve empate no Oscar, é sinal derrota anunciada desde já.

Deve-se destacar ainda a belíssima fotografia do filme, de Roger Deakins, freqüente colaborador dos irmãos Cohen, por quem recebeu 3 de suas 5 indicações ao Oscar. O diretor, o neo-zelandês Andrew Dominik, quis seguir a escola de Terrence Mallick – de um filme que privilegia atuações e fotografia – e com isso a trama se arrasta por alguns momentos, e a trilha sonora assinada por Nick Cave (que faz uma ponta) e Warren Ellis é chupada de Clint Mansell, e talvez por isso mesmo, ma-ra-vi-lho-sa.

Para os curiosos, fiquem de olho na ponta do jornalista James Carville, ex-assessor de Bill Clinton que aparece rapidamente como o governador de Missouri.

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